Estilos de pesquisa concorrentes em computação

As pesquisas em computação não precisam ser realizadas sem embasamento teórico. Até os anos 2000 os cursos relacionados a computação poderiam ser denominados em, Bacharelado em Ciência da Computação, Análise de Sistemas, Bacharelado em Informática, Engenharia de Computação, Engenharia de Informática… não costumava existir nenhuma referência do nome do cursa com a formação. Após os anos 2000 o ministério da educação definiu em quatro pilares: Bacharelado em Ciências da computação; Bacharelado em Sistemas de Informação; Licenciatura em Informática; Engenharia da computação. O que ainda não garante a exatidão na formação do profissional, uma vez que um licenciado pode exercer funções de engenheiro, bacharel ou analista e os mesmos profissionais podem exercer a função de docente em cursos de computação.

Estilo apresentação de produto

Como a computação também possui áreas em constante desenvolvimento, ocorre a possibilidade de que ainda não haja pesquisa em determinado segmento. Então, quando surgem esses impasses, a forma de pesquisa abordada é eminentemente exploratória, fazendo com que seja difícil encontrar pesquisas anteriores.
Pesquisas dessa natureza são do tipo: “Fiz algo novo, eis meu produto”. É provável que áreas que já estejam mais desenvolvidas não aceitem pesquisas dessa natureza. Artigos em que o aluno desenvolve uma aplicação e escreve um artigo apresentando-o, não há comparativos, não é apresentado nenhum conhecimento novo, a não ser a própria aplicação, devem ser evitados.

Estilo apresentação de algo diferente

É uma forma de pesquisa mais amadurecida. Consiste na apresentação de uma forma diferente de resolver um problema. Geralmente utilizam abordagens qualitativas do que abordagens quantitativas.
Exemplo é um trabalho de engenharia de software em que se apresenta uma nova técnica para resolver algo e então se apresentam um ou dois estudos de caso para reforçar. Resultados de trabalhos dessas natureza podem ser aceites em journals, caso o autor seja convincente em seus argumentos. O estudo de caso raramente prova algo e a possibilidade de generalização de técnicas fica por conta do autor. Não há prova com rigor cientifico, mas sim uma tentativa de convencimento do leitor. Porém, um estudo de caso pode ser utilizado para provar que um método consagrado falha em determinada situação. É um modelo de pesquisa típico de áreas que geralmente não se dispõe de bases de dados para testar teorias, ou quando tempo e recursos necessários são escassos.
Para que essa abordagem funcione, é necessário que tenha uma boa hipótese, teoria construída para sustentar e uma boa argumentação para fazer com que o leitor se convença de sua validade. A ideia não é criar algo completamente novo, mas algo que junte as técnicas já existentes. Ideal que comece com uma pesquisa bibliográfica para verificar quais os métodos utilizados para resolver determinado problema.

Estilo apresentação de algo presumivelmente melhor

Áreas mais maduras exigem que trabalhos sejam comparados quantitativamente com outros da literatura. O problema nessa abordagem é que o autor necessita testar a sua abordagem e a abordagem da literatura, fazendo com que ocorra excesso de trabalho e possíveis falhas na execução dos testes. Para que as pesquisas dessa natureza sejam aceitas, faz-se necessário que o autor apresente o modo em que realizou todos os testes e apresente também fatos comprobatórios de que isolou as adversidades que poderiam ocorrer.
Uma abordagem que se considera melhor do que as outras necessita de cuidados. Verifique se está comparando com o estado da arte. Não é necessário que o autor demonstre que o novo método é melhor para todos os casos possíveis. É possível apresentar métodos ou modelos que sejam melhores em determinadas situações. Deixe claro quais são essas situações. Defina qual a métrica utilizada para realizar a comparação.

Estilo apresentação de algo reconhecidamente melhor

Trabalho desenvolvido é apresentado em função de testes padronizados e internacionalmente reconhecidos. O autor deve buscar pela base de dados e apresentar resultados utilizando métricas aceitas pela comunidade. Se for demonstrado que a nova abordagem é melhor que a atual, a nova abordagem será o estado da arte.
É uma pesquisa fácil de ser elaborada caso o autor tenha uma boa hipótese. Pois, os dados e as formas de teste já estão disponíveis. Basta implementar e realizar os testes. O grande problema consiste em encontrar uma boa hipótese.

Estilo apresentação de uma prova

Geralmente são áreas de métodos formais ou compiladores, essas áreas dificilmente aceitam trabalhos sem demonstrações. Deve-se construir técnicas afirmando os conceitos utilizados, e que, com esses conceitos, podes-se chegar a determinado resultado. Exemplo de pesquisas dessa natureza são: Um algoritmo é o melhor possível para resolver um determinado problema; Não existe algoritmo para resolver determinado problema.

Resumo

Pesquisas formais consistem na elaboração de uma teoria e uma prova formal de que esta teoria é correta;
Pesquisas empíricas apresentam novas abordagens, e essas abordagens são comparadas com as existentes, utilizado testes aceitos pela comunidade;
Pesquisas exploratórias não conseguem apresentar uma teoria, nem apresentar resultados estatisticamente aceitos.

Referências

WASLAWICK, Raul Sidnei – Metodologia de Pesquisa para Ciência da Computação, Editora Campus, 2020.